Trovadorismo


Estrutura:

Poesia

Era uma poesia ligada à música, composta pelos trovadores e cantada pelos jograis e soldadeiras, que se faziam acompanhar de instrumentos musicais. Por se destinar ao canto a à dança, obedecia a ritmos e recorrências sônicas de fácil execução e memorização. Daí a presença de refrões ou estribilhos, e do paralelismo. Compreendia dois gêneros principais: o lírico (cantigas de amigo e de amor) e o satírico (cantigas de escárnio e de maldizer).

 Cantigas de Amigo

O "eu-lírico" é feminino: o trovador expressa as emoções da mulher como se falasse por ela.
Inspiram-se na vida popular, no cotidiano familiar e rural (pastoras, camponesas). São de estrutura simples apoiada no paralelismo, no refrão e na forma dialogada. Expressam uma visão mais realista do amor, colocado no plano terrestre dos desejos humanos e da sensualidade.

Cantigas de Amor

O trovador expressa as emoções do homem pela mulher amada. Originam-se da influência  provençal, projetando o refinamento da vida da corte, o ideal do amor cortês.
Inspiram-se no ambiente palaciano e a mulher é um ser idealizado, superior, inatingível, a quem o trovador, submisso, dirige seus lamentos, ocultando a identidade da amada, sob expressões respeitosas como "mia dona", "mia senhor", "fremosa dona", "fremosa senhor". Dá-se o nome cantiga de maestria à composição sem refrão, constituída de três ou mais estrofes regulares e submetida a certos formalismos estilísticos.

Cantigas de Escárnio

Sátira sutil, apoiada na ironia e na ambigüidade ("palavras cubertas que hajam dous sentidos"), sem a individualização da pessoa ofendida.

Cantigas de Maldizer

Sátira direta, contundente, palavrosa, sendo comum o calão.
Os cancioneiros são os códices (coleções de cópias manuscritas) que registram o que sobreviveu das cantigas trovadorescas galaico-portuguesas, esquecidas nos séculos clássicos, a partir do repúdio que a Renascença votou aos valores medievais, góticos ou bárbaros. São conhecidos três cancioneiros: o Cancioneiro da Ajuda, o Cancioneiro da Biblioteca Nacional e o Cancioneiro da Vaticana.

Prosa

Na Primeira Época Medieval Portuguesa, a prosa revestiu-se de um caráter principalmente historiográfico, documental e eclesiástico. Nessa categoria existem quatro modalidades: cronicões (registros resumidos de efemérides, redigidos em língua latina), hagiografias e os escritos de matéria eclesiástica (exposições da vida e dos milagres dos santos e dos progressos da religião cristã, principalmente das ordens monásticas), nobiliários ou livros de linhagem (registros de casamento, nascimentos, óbitos e testamentos das famílias da nobreza, às vezes acrescidos de relatos heróicos e históricos) e traduções de Alcobaça (textos clássicos da Biblioteca de Alcobaça, traduzidos, do latim ou grego, para a língua vulgar portuguesa pelos monges cistercienses).

Novelas de Cavalaria

Na fase pré-literária, o gosto pelas narrativas de cunho guerreiro, derivado da índole germânica e do espírito cavalheiresco das cruzadas, desdobrou-se nas narrativas orais, de cunho heróico e guerreiro, denominadas canções de gesta, que perpetuaram através da tradição oral, os feitos lendários de heróis medievais como Rodrigo de Bivar (El Cid, o Campeador), Carlos Magno (e os Doze Pares de França), Rei Artur (e os Cavaleiros da Távola Redonda) entre outros.



Fonte: http://www.passeiweb.com/estudos/sala_de_aula/portugues/1_trovadorismo



  

Panorama Histórico:


Trovadorismo foi a primeira escola literária portuguesa. Esse movimento literário compreende o período que vai, aproximadamente do século XII ao século XIV. 

O período histórico em que surgiu o Trovadorismo foi marcado por um sistema econômico e político chamado Feudalismo, que consistia numa hierarquia rígida entre senhores: um deles, o suserano, fazia a concessão de uma terra (feudo) a outro indivíduo, o vassalo. O suserano, no regime feudal, prometia proteção ao vassalo como recompensa por certos serviços prestados.

Além da nobreza (classe que pertenciam os suseranos) e a classe dos vassalos ou servos, havia ainda uma outra classe social: o clero. Nessa época, o poder da Igreja era bastante forte, visto que o clero possuía grandes extensões de terras, além de dedicar-se também à política.

Os conventos eram verdadeiros centros difusores da cultura medieval, pois era neles que se escolhiam os textos filosóficos a serem divulgados, em função da moral cristã.

A religiosidade foi um aspecto marcante da cultura medieval portuguesa. A vida do povo lusitano estava voltada para os valores espirituais e a salvação da alma. Nessa época, eram frequentes as procissões, além das próprias Cruzadas - expedições realizadas durante a Idade Média, que tinham como principal objetivo a libertação dos lugares santos, situados na Palestina e venerados pelos cristãos. Essa época foi caracterizada por uma visão teocêntrica (Deus como o centro do Universo). Até mesmo as artes tiveram como tema motivos religiosos. Tanto a pintura quanto a escultura procuravam retratar cenas da vida de santos ou episódios bíblicos.

Quanto à arquitetura, o estilo gótico é o que predominava, através da construção de catedrais enormes e imponentes, projetadas para o alto, à semelhança de mãos em prece etntanto tocar o céu.
Na literatura, desenvolveu-se em Portugal um movimento poético chamado Trovadorismo.
Os poemas produzidos nessa época eram feitos para serem cantados por poetas e músicos. (Trovadores - poetas que compunham a letra e a música de canções. Em geral uma pessoa culta - Menestréis - músicos-poetas sedentários; viviam na casa de um fidalgo, enquanto o jogral andava de terra em terra - , Jograis - cantores e tangedores ambulantes, geralmente de origem plebéia - e Segréis - trovadores profissionais, fidalgos desqualificados que iam de corte em corte, acompanhados por um jogral) Recebiam o nome de cantigas, porque eram acompanhados por instrumentos de corda e sopro. Mais tarde, essas cantigas foram reunidas em Cancioneiros: o da Ajuda, o da Biblioteca Nacional e o da Vaticana.



Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/trovadorismo/trovadorismo-8.php

Autores:

João Soares de Paiva, Paio Soares de Taveirós, o rei D. Dinis, João Garcia de Guilhade, Afonso Sanches, João Zorro, Aires Nunes, Nuno Fernandes Torneol.

Fonte: http://vhrjgtrova.blogspot.com.br/2009/11/principais-autores-trovadores.html